domingo, 28 de outubro de 2012

Carne portuguesa

Quando pensamos em criar esse bloguinho foi para uso caseiro, ou seja, para que meus filhos onde quer que estivessem pudessem fazer uma "comidinha de casa" quando a saudade batesse. Ou seja, poupar a mamãe de repetir diversas vezes a mesma receita via telefone...rárárá...o pior é que a coisa continua, Vira e mexe,quando minha filha pede uma receita, digo: Mas está no blog!
O fato é que minha filha entra pouco no blog e a frequência deste expandiu as paredes familiares... Existem muitos blogs de culinária na Internet: comida caseira à culinária gourmet. Não conheço os que passam por aqui, não é um blog de altíssima frequência, mas tem lá suas visitas que são bem vindas. Se algum desses visitantes aproveitou uma receita e fez um comidinha que deu prazer à si ou aos seus... já tá valendo!
Por isso de vez em quando teremos aquelas receitas que OH! são mais que banais e proliferam na net gastronômica. Mas como escrevi acima: são ou eram antes de tudo destinadas aos filhotes, que sempre esquecem que ele existe e....toca o celular: "Mãe, como é mesmo que você faz ...aquilo?"
Essa é a carne portuguesa aqui de casa. Faço em camadas, como se fosse bacalhau e sirvo com arroz branco e batatas sauteé. É rápida e aromática, por isso, de vez em quando pinta no cafofo.
Hum..hum...huummm!!!
Imagem: Felipe A.
Ingredientes
500 g de alcatra ou coxão mole cortada em bifes
3 dentes de alho picadinhos
1 cebola média cortada em fatias
1/2 pimentão verde cortado em fatias
1/2 pimentão amarelo cortado em fatias
2 tomates sem pele e sem sementes, cortados em fatias 
3 ovos cozidos
azeitonas pretas à gosto
2 folhas de louro
azeite
sal e pimenta do reino a gosto
1/2 xícara (chá) de vinho tinto seco
cheiro verde picadinho

Como fiz

Temperei os bifes com o alho, a pimenta do reino e um pouco de sal. Em um refratário untado com azeite coloquei uma camada de carne e sobre ela a cebola, os pimentões e os tomates. Repeti a operação (foram duas camadas de cada ingrediente) e coloquei o louro, o vinho tinto, um pouco mais de sal finalizando com uma boa regada de azeite. Levei ao forno até que a carne e os vegetais estivessem cozidos, uns 5 minutos antes de retirar do forno adicionei as azeitonas e os ovos cozidos cortados ao meio. Antes de servir polvilhei com o cheiro verde, o que foi feito depois das fotos...Bom, isso acontece nos melhores fogões, né?
O arroz tem ser branquinho e com sabor neutro para receber  o  caldinho ....
Imagem: Felipe A.


Agora sim!

Minha bonitinha!!!

Agora sim...minha cozinha ganhou uma balancinha digital.  Para receitas de doces, principalmente as massas, é fundamental que as medidas sejam seguidas na régua ou na...balança!
Já usei e percebi a diferença...para melhor e além de tudo ela é uma gracinha!

domingo, 21 de outubro de 2012

Outra receita de pão de queijo: a saga continua

Lindos, dourados, aromáticos...
Totalmente contra o ditado :"por fora bela viola"....
Por fora lindos, por dentro deliciosos
Pois é, mais um pão de queijo saindo do forno. Acho que para o meu gosto encontrei a proporção certa de polvilhos. O resultado foi uma delícia estufadinha, aerada mas macia em seu interior. O sabor também ficou mais equilibrado sem o excesso de acidez (para meu não mineiro paladar) do polvilho azedo. O que a gente não pode esquecer é que a qualidade do polvilho e do queijo utilizado fazem toda a diferença. Eu, poucas vezes, tenho à disposição um excelente queijo mineiro curado para fazer o quitute. Afinal estou tão longe de Minas...quando encontro o produto, corro comprar. Tenho tido sorte e encontrado o queijo lá das alterosas, mas não tanta, pois dificilmente o encontro no ponto certo de cura para um legítimo e glorioso pão de queijo mineirim. Mas esse ficou bom demais da conta, uai!

Ingredientes

1 copo de leite integral
1 copo de água 
1 copo  menos 2 dedos de óleo de milho
3 copos de polvilho doce
1 copo de polvilho azedo
4 ovos grandes
sal a gosto
2 e 1/2 copos de queijo mineiro meia cura ralado grosso

 Obervação: essa medida de copo é o de requeijão

Como fiz

Levei ao fogo o leite, a água, o óleo e o sal (sempre dou uma "checada" no teor de sal do queijo, para dosar  quanto vou colocar do "perigoso"). Deixei ferver.
Os polvilhos já estavam misturados em um recipiente grande o suficiente para que eu pudesse amassar e amassar o pãozinho. Despejei o leite fervente sobre o polvilho ou seja: escaldei. Muito cuidado nessa hora para não queimar a mãozinha, hein? Primeiro tente incorporar o leite ao polvilho com uma colher grande, deixe amornar um pouco e só então vá para a fase manual. Feito isso incorporei e sovei muito bem até formar uma massa homogênea. 
Bora colocar os ovos...eu os misturei levemente antes de incorporar. Depois então, adivinha? Sovei e sovei até que aquela massa branca inicial ficasse bem amarelinha. Finalmente adicionei o queijo,aos poucos, sempre incorporando bem. 
Depois veio o que eu considero o "pulo do gato": coloquei essa massa em uma superfície lisa e soveir bem, como se faz com um pão comum. Isso faz com que todos os ingredientes se "juntem" muito bem, a massa vai soltando das mãos e também fica mais fácil de manusear.
Pré aqueci o forno em 180ºC e formatei as bolinhas com o auxílio de uma colher de sopa (o tamanho depende do gosto) e coloquei-as em assadeira levemente polvilhada com fubá. Pode ser sem fubá mesmo, mas minha primeira receita original (da Luzinete Veiga) pedia polvilhar fubá e agora virou tradição no cafofo. Aliás essa receita é da Luzinete Veiga, apenas reduzi a quantidade de ovos e substitui um copo de polvilho doce por polvilho azedo. 
Aí fiquei só na observação, quando o pão cresceu (estufou!) aumentei a temperatura do forno para dar "aquela" dourada fatalmente atrativa. Sem contar o cheirinho único e inigualável do bichinho assando..
Depois foi só retirar do forno, fazer um café quentinho, pretinho e fortinho e cair matando em cima da delícia.
Essa receita gerou um pão de queijo matador!
Textura maravilhosa e o sabor não fica atrás....

domingo, 7 de outubro de 2012

Carne de panela à la Mariana

Uma pose antes do fim!
Imagem: Felipe A.
Minha filha é boa da garfo, acho que estou usando a expressão errada...na verdade ela não é boa de garfo no sentido de comer muito...isso só às vezes, dependendo da iguaria. Mas é uma apreciadora de comidas mais elaboradas, com ingredientes de boa qualidade, que demandam muitas vezes tempo e paciência...dos outros...quando é ela que assume as panelas, bom aí a história é outra...bem outra.
Como em tudo o mais, quer que o tempo siga seu próprio relógio, gostaria de ter o poder da mãe do poeta  Leminski:

" minha mãe dizia:
-ferve,água!
-frita, ovo!
pinga, pia! 
e tudo obedecia"

Pois é isso mesmo! Tem que ser rápido e ficar bom, não pode muito torrar sua paciência ou o mau humor toma conta do seu ser. Muitas vezes, em um surto de boa vontade, resolve fazer algo especial para o namorado...a coisa começa muito elaborada, com várias idéias e variações, até que se reduz à um prato bem mais simples...e não raro...o arrependimento aparece e ela resmunga: Eu e minha boca grande! Não deveria ter prometido esse  jantar (ou almoço...ou lanche...).
Ela tem seu arsenal de receitas: frango assado com maionese e sopa de cebola, fricassé de frango (esse dá um trabalho!!!), tem se arriscado no camarão com Catupiry, já teve a época de pizza de frigideira e nunca falta sua carne com sopa de cebolas e molho de tomate pronto! 
E foi inspirada nessa última que fiz essa carninha. Inspirada em minha filha e em sua praticidade, que afinal de contas não faz mal para ninguém. 
Ingredientes

1/2 kg de miolo de alcatra cortada em cubos (pode ser um coxão mole, maminha...)
3 xícaras (chá) de cebola cortada em rodelas
1/2 xícara (chá) de vinho tinto
1/2 colher (chá) de mostarda
1 e 1/2 xícara (chá) de molho de tomate (usei o caseiro, mas pode ser comprado pronto)
1 xícara (chá) de farinha de trigo -aproximadamente
pimenta do reino a gosto (opcional)
1 folha de louro
sal a gosto
1 colher (sopa) de manteiga
2 colheres (sopa) azeite
salsinha e cebolinha verdes micropicadinhas

 Como fiz

Primeiro preparei a base de cebolas: derreti a manteiga levemente e adicionei a cebola. Deixei em fogo baixo e sempre mexendo (para não queimar) até que a mesma se transformou em um quase purê. Quando necessário juntei um pouquinho de água, apenas o suficiente para a cebola não pegar no fundo da panela. Reservei.
Feito isso passei os cubos de carne pela farinha de trigo tendo o cuidado de retirar o excesso da farinha. Aqueci o azeite em uma panela de fundo grosso e adicionei os cubos de carne. Deixei dourar levemente de um lado e do outro. Juntei então a cebola reservada, a mostarda, o louro, a pimenta do reino e por fim o vinho tinto. Deixei que o vinho se evaporasse bem e só então acrescentei o molho de tomate e um pouco (muito pouco) de sal. Reduzi o fogo e deixei em panela tampada, mexendo de vez em quando, até a carne ficar macia e o molho bem espesso. 
Observação: Se a pressa for muita ou a paciência pouca, faça como Mariana, coloque na panela de pressão e deixe mais uns 10 minutos depois da válvula chiar. Retire a tampa (sem a pressão que aqui ninguém é suicida!) e verifique se a carne já está macia, se não estiver recoloque na pressão por mais 5 minutos e se necessário coloque um pouco de água quente antes de recolocar a tampa.

Depois de atingir o ponto desejado, retirei a folha de louro, corrigi o sal e juntei o cheiro verde micropicadinho.
Servi com purê de mandioquinha (batata salsa, batata baroa..etc..etc..) e arroz com ervilhas frescas e cenouras. Claro que não faltou a saladinha verde e crocante que nós adoramos!

Nada como um novo ponto de vista!
Imagem: Felipe A.










Imagem: sisterbrenda

"A primavera na visão da cozinheira..".