Os anos 70 continuaram o "desbunde" da década de 60. No Brasil a ditadura militar apertava os parafusos, foi a época das guerrilhas, das torturas e dos desaparecimentos. Junto com isso um Brasil tri-campeão no futebol deslizava em ufanismo e também o "milagre econômico" era apregoado. Enfim, para os brasileiros que sabiam o que se passava essa década não teve o colorido da outra, mas como é regra geral, parte considerável da população se beneficiava do tal milagre e tocava sua vida desconhecendo ou não estando nem aí mesmo para a época cinzenta em que vivia. Enfim, vivia-se ...como se vive hoje...como se viverá amanhã. A arte brasileira foi muito produtiva nessa época, grandes músicas nasceram nela. E além do vivia-se...comia-se também, mas tal qual a década de 60 essa década não foi tão generosa como a de 50.
Surge o carpaccio que até hoje anda por essas bandas brasilianas. Claro que para não fugir à tradicão ele ganhou variações abrasileiradas: de pupunha, de peixinhos, etc..etc.. o original é com carne bovina, geralmente o filet mignon. Surgiu na Itália, no Harry's Bar, Veneza....parece que para um cliente que não podia comer carne passada no fogo. Enfim, fez sucesso e espalhou-se pelo mundão.
Imagem: http://tomatoepotato.blog-se.com.br |
Olha o arroz aí gente...devidamente acompanhado do Biro Biro Imagem: http://br.bing.com/images |
O arroz biro-biro foi criado na churrascaria Rodeio em Sampa, para o jornalisata Tarso de Castro que queria um arroz mais incrementado para comer com seu churrasquinho. No arrozinho foram acrescentados ovo frito, batata palha, cebolinha, salsinha e bacon. O nome Biro-Biro é em homenagem ao jogador do Corinthians famoso na época. Esse arroz popularizou-se e até hoje dá pinta por aí.
O prato supra sumo da chiqueteza era o Paillard de Filet Mignon com Fettucine, ou seja um filézinho, fininho, grelhadinho...que acompanhava (ou era acompanhado por ela) uma massa na manteiguinha...chic também foi que nessa época chefes franceses chegaram em brasilândia para nos ensinar à comer com mais requinte....entre eles o nosso Claude "Que Marravilha" Troigos. Hummmm!
Você fez sucesso né?... paillardezinho! Imagem: Rizzogourmet.com.br Sucesso entre as sobremesas era o creme de papaia com licor de cassis...e vamos combinar que fresquinha e geladinha é muito boa....e tinham também as comidinhas que imperavam nas festenhas: picles, canudinhos recheados de maionese de camarão ou creme de palmito, sanduíches de patê em pão "Pullmann", sanduíche mexicano ou de carne louca. Sem falar nas batatinhas vinagrete,empadinhas e pastéizinhos! Nada de comida gourmet ...alguns até afirmam que era a época da comida "lixo"...muita caloria e por aí vai. Mas parecia super delícia para mim! Só não suportava o sanduiche de patê de sardinha ou torta (liquidificador) com a mesma rejeitada...é, eu fazia bulling mesmo com esse pescado e ainda faço!...essas eram as comidinhas classe média da época.... Imagem: donaalcinda.com.br Imagem: leouve.com.br E nas festinhas....... O mexicano corria solto... Imagem: receitaculo.com O picles (sacanagem no Rio) reinava entre um "chopps" e outro... Imagem: http://www.receitaculo.com Em uma época em que comer era melhor esporte que malhar, o canudinho não era "comestívelmente incorreto" Um sanduichinho sem tomate seco, sem muçarela de búfala, sem rúcula....sei não! Imagem: receitasdotribuna.blogspot.com |
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