"São mitos de calendário/ tanto o ontem como o agora,/ e o teu aniversário/ é um nascer a toda hora."
Carlos Drummond de Andrade
Quando temos filhos nossa percepção da vida, da fragilidade e da beleza do viver, fica mais apurada. Desenvolvemos afetos que não sabíamos dentro de nós. Descobrimos medos: de não saber cuidar do bebê, de não descobrirmos uma possível doença, de não conseguir lhes transmitir o amor que neles depositamos, de que sofram - sofrimentos que não conseguiremos evitar- no mundo que transitam e que está além de nós.
Queremos que sua caminhada seja suave, sem percalços e sem dores, sem angústias e sem dúvidas...que todos por eles se enamorem, que o sol lhes dê uma iluminação própria e carinhosa e que a lua seja seu satélite e não da Terra.
Ao mesmo tempo tentamos educá-los. E sempre nos perguntamos: no que consiste educar?
Devemos educá-los de forma dura e racional? De tal forma que saiam do ninho como guerreiros bem treinados e armados para enfrentar suas batalhas? Ou devemos educá-los para que se tornem doces, sensíveis e compassivos, de tal forma que isso possa sugerir fraqueza e assim sendo, serem espezinhados pelo que está fora do controle de nossas mãos?
Sempre tentei o meio termo. E nem sempre tive sucesso. Mas tive sucesso no que mais importa: ambos são detentores de bom caráter, de princípios sólidos porque foram desenvolvidos por eles próprios e o principal, um apurado senso crítico, o que é importante para que estejam abertos à mudanças externas e internas, se forem necessárias.
Tentei preparar os meus filhos para um mundo que não é fácil...cada dia mais difícil...onde é preciso ter foco para não se perder no meio do caminho. Mas ao mesmo tempo com um olhar carinhoso sobre esse mesmo mundo. Um olhar de aceitação para os que não tiveram suas oportunidades de estudo, de opção por uma carreira e acesso à cultura. Poderia ter sido mais, oportunidades melhores, porém a maioria sequer tem isso.
O que hoje entendo é que cada vez mais esse "educar" - de sentimentos, de posições, de postura diante da vida - vai ficar em suas próprias mãos. Afinal, se não somos arrogantes, sabemos que nos "educamos" até o suspiro final. Mudar, passar à limpo, aceitar o que não aceitávamos ou descartar o que já não nos é aceitável, perceber que a ética é afinal o único norte que possuimos e que a moral interna é o nosso fio condutor faz com que tenhamos consciência que estamos sempre renascendo.
E que só os sobreviventes renascem. E que renascer muitas vezes é mais bonito do que simplesmente nascer.
Parabéns meu filho, tua vida cada vez mais está em tuas mãos! Que elas sejam generosas e te apontem o caminho da felicidade, que nunca é oriunda de apenas um fator, mas de diversos, que como fios formam a teia que nos mantém vivos.
Não sabemos ao certo o que é a essência da vida, sua finalidade e por que estamos aqui. Mas é justamente esse mistério que nos dá a opção de torná-la um fardo ou um presente.
Que sua opção seja encará-la como um presente. E que à cada embalagem retirada ela se revele um presente muito mais belo do que o esperado.
O bolo é da Akemi do blog http://pecadodagula/, e pensar que acompanhava seu blog lá do Japão...quem diria que um dia chegaria até Maringá, onde meu filho estuda e faria um bolinho para ele! Essa é a vida, cheia de surpresas.
Bem, meu filho e amigos adoraram o bolo. Parece que foi uma combinação meio inusitada mas bem de acordo com o que ele gosta - nozes e morangos- afinal, tudo junto e misturado!
Bem, meu filho e amigos adoraram o bolo. Parece que foi uma combinação meio inusitada mas bem de acordo com o que ele gosta - nozes e morangos- afinal, tudo junto e misturado!
Com certeza a comemoração foi bem mais doce e saborosa com um bolo que, a gente sabe, foi feito com tanto capricho.
Que inveja...não provei essa gostosura! |
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