sábado, 6 de abril de 2013

Abril

Adoro o mês de abril...a temperatura é agradável, um calorzinho que não agride, as manhãs frescas acompanhadas do céu novinho em folha mostrando um azul que nessa época é qualquer coisa de perfeito. Translúcido, sem a luz cegante de um sol excessivo, que ofusca toda a beleza dessa cor. Recebo o mês de Abril sempre com muita alegria. Sei que serão noites agradáveis e que sentirei ventinhos acariciantes mesmo nas horas mais quentes do dia. Para mim, ao contrário de T.S. Eliot...abril não é o mais cruel dos meses. Pelo menos não em nosso país tão tropical, né?
"April is the cruelest month" é o primeiro verso da obra (que eu adoro), considerada prima, desse poeta: "The Waste Land" (A Terra Devastada ou Desolada ou Inútil ou Gasta, conforme o tradutor), publicada em 1922. Lá pelas bandas do poeta, abril é o começo da primavera, mês chuvoso por lá. Talvez daí a tristeza ou crueldade. Comprei o livro de poemas de T.S.Elliot ainda novinha, entendi um pouco ou achei que entendi um pouco, pois é uma obra de leitura mais "complicadinha". Essa terra devastada pode ser referente ao mundo moderno (talvez cruel e estéril na visão do poeta) e por ser obra muito próxima ao período da Primeira Guerra Mundial esse desencanto todo pode ser alusivo à mesma, quando a Europa foi duramente devastada ...consequência do que se acreditava ser a Guerra que acabaria com todas as guerras (vá lá...acredita!!!). Independente do sentido pois os autores têm suas próprias motivações e os leitores as suas, e o que importa é o que cada cada um sente/pressente ao ler um livro ou um poema..ou seja a interpretação é própria, exceto nas obras absolutamente retas e diretas, e é isso que faz a beleza da literatura.

                                                                             Imagem: www.dipity.com


The Burial of the Dead

(O Enterro dos Mortos)


  April is the cruellest month, breeding  
(Abril é o mais cruel dos meses, concebendo)
Lilacs out of the dead land, mixing
(Lilases da terra entorpecida, confundindo)
Memory and desire, stirring
(Memória com desejo, despertando)
Dull roots with spring rain.
(Lerdas raízes com as primeiras chuvas)
Winter kept us warm, covering
(O inverno aqueceu-nos, recobrindo)
Earth in forgetful snow, feeding
(A terra na esquecida neve, alimentando)
A little life with dried tubers.
(Um resto de vida na secura dos tubérculos)

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